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Mostrando postagens de agosto, 2006

Os Filhos da Natureza estão órfãos e não sabem!

Parte I - A Umbanda e o movimento umbandista (contextualização) O Omoloko ou Omolocô (Filhos da Natureza) surge na história do movimento umbandista com o objetivo claro de responder as constantes tentativas de aproximação, que alguns procuravam fazer da Umbanda com o Espiritismo. Neste período, lá pela década de 40, existiam praticamente dois grupos de intelectuais umbandistas que trabalhavam em sentidos quase opostos: um, procurava o reconhecimento da Umbanda como uma religião espírita ou pelo menos com tais características, o outro defendia as origens africanas da Umbanda e uma completa independência do Espiritismo. Em contra-partida, o Espiritismo a época condenava de forma veemente quaisquer ligações com a Umbanda e os Cultos Afro-brasileiros. O primeiro grupo, que pregou suas teses, no Primeiro Congresso Espírita de Umbanda, no Rio de Janeiro em 1941, reconhecia a origem africana da Umbanda, mas impregnava a sua doutrina de uma matriz espírita, com o objetivo de contextualizar a r

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A Umbanda não é Catolicismo, nem Espiritismo!

Sempre digo que a Umbanda é uma religião que tem como objetivo primordial a evolução espiritual de todos os cidadãos planetários, ensinando a prática do bem do amor e da caridade, e proporcionando o desenvolvimento de uma fé racional, crítica e responsável. A impressão que se tem, ao se olhar o movimento umbandista, diante da verdade deste discurso, a sua prática está muito distante da teoria. Escutamos muitas vezes, os próprios adeptos reclamarem de situações que contradizem este objetivo, contar histórias que vão de encontro aos ensinamentos pregados e relatar fatos vexatórios (que causam vexame). Por outro lado, existem algumas situações litúrgicas (elementos e práticas do culto religioso), ritualistas (conjunto de ritos da religião) e de posições doutrinárias, que ajudam a distanciar ainda mais o discurso da prática. Um dos pontos chaves que podemos citar, apenas para ficar no exemplo, é o sincretismo religioso (fusão de diferentes cultos ou doutrinas religiosas, com reinterpreta

Todos os macacos num galho só!

Soube, por amigos que compareceram a Festa de Yemanjá, ontem (dia 15), que alguns discursos proferidos por dirigentes umbandistas, no palanque armado na Praia do Futuro, aqui em Fortaleza no Ceará, insistiam no chamamento para que todos os Pais/Mães-de-Santo, que estivessem ali sem os seus terreiros, não fizessem isto, que comparecessem no próximo ano, que não deixassem seus filhos-de-santo escondidos em seus terreiros, que viessem compartilhar da festa e não permitissem que este espaço tão duramente conquistado acabasse. Me chamou a atenção, em particular, um dos argumentos utilizados nesta convocação: que os dirigentes de terreiro não temessem, mas que não havia perigo de outros Pais/Mães-de-Santo tomarem os seus filhos para si. Interessante perceber, que em pleno séc. XXI, no âmbito de uma religião que teve o seu início oficial no príncipio do século passado, ainda persiste este tipo de mentalidade, medo e receio por parte de alguns dirigentes. A questão de que filhos-de-santo, a

Festa de Yemanjá na Praia do Futuro - Fortaleza/CE

Tivemos a oportunidade de ontem (14/08) estarmos presente no início das comemorações da Festa de Yemanjá na Praia do Futuro. A Festa tem seu clímax no dia 15 quando centenas de terreiros, simpatizantes e curiosos se reunem para homenagear a Rainha do Mar. Em Fortaleza, esta festividade umbandista, coincide com as comemorações religiosas para a padroeira da cidade, N. S. da Assunção. É feriado na cidade e a praia é literalmente tomada pelo colorido das roupas, onde o azul e branco imperam, os trabalhos espirituais, as oferendas mais diversas, tendo como fundo musical o som dos tambores e os cânticos (curimbas). Este ano, a organização do evento estima a presença de 150 mil pessoas, com a presença de terreiros de cidades do interior (Juazeiro e Baturité) e até de outros Estados. Sempre tenho o costume de visitar o evento, no dia anterior (14) a noite, pois acho mais tranquilo e com condições melhores de prestar a minha homenagem, nem que seja, apenas com preces, meditações, reflexões,

Desconstruindo o despotismo na Umbanda (Parte I)

I - A Genitocracia Espiritual (1) " Despotismo: Acepções: substantivo masculino Uso: pejorativo. 1 o poder isolado, arbitrário e absoluto de um déspota. 2 Derivação: por extensão de sentido. f orma de governo baseada nesse poder. 3 Derivação: por extensão de sentido, qualquer manisfestação de autoridade tendendo a tirania e a opressão." Dicionário Houaiss As vezes ao desenvolver um tema, ao focalizarmos uma determinada particularidade, podemos gerar a percepção de que estamos generalizando. O título deste artigo, de forma alguma, significa que exista uma situação dominante de despotismo na Umbanda, mas imputa, que constatamos a sua existência setorizada e de forma bastante atuante e presente no movimento umbandista. Despotismo é inaceitável sob qualquer forma, pretexto, nível de intensidade ou abrangência. Não se justifica, nem como meio e nem por fim algum. Sua prática sempre trazem consequências danosas para indivíduos em qualquer coletividade. No movimento umbandista, o