Acontecendo na Web (Tema I)

DIVERSIDADE UMBANDISTA ACEITA QUAISQUER CONCEITOS?

Postado nas listas em: 26/02/2009 às 01h25

Meu sincero e fraterno saravá a todos!

Axé listeiros!

Profundas e extensas foram as considerações de todos que contribuíram com
este tema, (...). Para início de conversa e já confessando a minha ignorância a respeito (rs), tive que realizar uma rápida pesquisa na net (o velho e bom Google), para captar os significados dos termos DICEOLOGIA e DEONTOLOGIA, palavras já escutadas e lidas por mim, mas sem a devida fixação de seus conceitos. (...)

Aproveitando o ensejo, compartilho o resultado da minha simplória pesquisa com os demais que, assim como eu, porventura desejaram entender os conceitos por trás desses dois termos:

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ÉTICA – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
  • “A ética está para a moral assim como a musicologia está para a música”.
  • “A ética é a ciência da conduta”.
Lei de ouro da ética:
  • Não faça ao outro o que não queres que o outro faça a ti (Atitude passiva).
  • Faça ao outro o que queres que o outro faça a ti (Atitude pró-ativa).
  • O todo da ética é integrado pela Deontologia e pela Diceologia (Paulo L. Netto Lobo - “Comentários ao estudo da Advocacia”, Ed. Brasília Jurídica, 1966).

DEONTOLOGIA: Ramo da ética que trata dos deveres (ex.: códigos de ética).

DICEOLOGIA: Ramo da ética que cuida dos direitos.

(Acessado no dia 25/02/2009 às 17h em: www.inf.ufsc.br/~falqueto/aGraduacao/INE5621_Info_Soc/Textos_Etica/etica_conceitos_classific.PDF)
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A diversidade é um conceito tão inerente, visceral eu diria, ao movimento umbandista, que produz uma conseqüência óbvia e porque não dizer ululante, gerada pelo próprio conceito em si, a diversificação de interpretações, visões, opiniões sobre ela mesma.

Fundamental a contribuição da academia umbandista, dignamente representada pela F.T.U., em produzir um discurso filosófico, científico, artístico, religioso e teológico sobre o assunto, inclusive promovendo interação com a sociedade através das vídeos-aulas, para ficarmos no exemplo.

Importante o trabalho realizado pelas escolas umbandistas, no intuito da preservação e valoração de suas tradições. Eis o porquê de serem consideradas escolas, outro conceito mal compreendido, já que Escola, podemos traduzir para o campo religioso (livre adaptação do verbete no UOL Houaiss), significando entre outras coisas: conjunto de conhecimentos e saberes religiosos; sistema, doutrina ou tendência rito-litúrgica, ou de pensamento de pessoa, ou grupo de pessoas que se notabilizou em algum ramo do saber religioso; conjunto de pessoas que segue um sistema de pensamento, uma doutrina, um princípio religioso; aquilo que é adequado para transmitir conhecimento, experiência, instrução.

Acredito na idéia que a "Umbanda é uma unidade aberta em construção", no diálogo inter e intra-religioso e no desenvolvimento de um processo dialético saudável, respeitoso e primordialmente ético.

Defendo também, que reconhecer, aceitar, conviver e vivenciar a diversidade umbandista, não imputa de forma nenhuma em ser permissivo e, nem tão pouco licencioso. Existem limites para tudo e qualquer coisa seja na vida física ou extrafísica. Ao constatarmos a existência de limites, agimos e reagimos conforme o comportamento de "tudo e qualquer coisa" dentro e fora das fronteiras que o nosso entendimento admitiu como aceitável. Ato contínuo, imputamos um valor, adjetivando nosso objeto de estudo (bom, mal, positivo, negativo, verdadeiro, mentiroso, legítimo, ilegítimo etc.).

Talvez, aí é que se encontre o cerne da questão, cerne que em alguns discursos "politicamente corretos", (...), parece se transformar na "rebimboca da parafuseta", e no caso do texto que deu origem a este debate, passa a impressão de um radicalismo polarizador intencional.

A Dialética, proposta como um caminho legítimo para promover um "processo de descrição exata do real" (segundo Karl Marx) da diversidade umbandista, é nada mais do que a "Arte do diálogo ou da discussão" (v. Dicionário Aurélio), podendo também ser o "desenvolvimento (dialética) de processos gerados (formas) por oposições (diferenças) que provisoriamente (semelhanças) se resolvem (síntese) em unidades (essência)" [v. Dicionário Aurélio - negritos em azul meus)
.

Na Filosofia, esta Arte do diálogo, pode ser construída tanto num "sentido laudativo (que encerra louvor a alguém ou alguma coisa), como força de argumentação, como num sentido pejorativo, com excessivo emprego de sutilezas" [v. Dicionário Aurélio - negrito em azul meu)
.

Percebemos muito disso, sendo utilizados nos discursos do movimento umbandista, no diálogo inter-religioso e, por que não dizer nas listas de discussão. Aqui não realizo nenhum juízo de valor, e se pareço fazê-lo, ou se utilizo em algum instante de um dos artifícios da Dialética (laudativo ou pejorativo) aproveito desde já para realizar uma "mea culpa".

É óbvio que somos todos humanos, e é característica desta condição momentânea de imperfeição, que algumas vezes, elogiemos o que ou quem é do nosso agrado e censuremos quem ou o que nos desagrada. Nenhum de nós conquistamos ainda a condição de candidatar-se a santo, a Gandhi (praticando em toda acepção a não-violência) e a Buda (seguindo integralmente o Caminho do Meio). Somos ad-eternum potenciais candidatos.

Entretanto, ofereço para reflexão dos debatedores uma ilação, incompleta ainda, e foi o motivo pelo qual, não me prendi apenas em apresentar os significados de Diceologia e Deontologia, mas de acrescentar alguns conceitos sobre Ética.

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ÉTICA – CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
  • “A ética está para a moral assim como a musicologia está para a música”.
  • “A ética é a ciência da conduta”.
Lei de ouro da ética:
  • Não faça ao outro o que não queres que o outro faça a ti (Atitude passiva).
  • Faça ao outro o que queres que o outro faça a ti (Atitude pró-ativa).
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Destaco aqui a atitude pró-ativa da lei de ouro da ética - Faça ao outro o que queres que o outro faça a ti - talvez aqui encontremos a solução, para o conflito dialético, que as vezes nos envolvemos e para identificarmos o cerne da questão da dificuldade para o diálogo inter-religioso e a fraterna convivência da diversidade.

Trocando em miúdos, em meu parco entendimento frente aos mais preparados e experientes do que eu, resume-se em dignidade do exemplo, veracidade dos ensinamentos e concretude da obra realizada. Exemplo, Ensinamento e Obra, se respectivamente digno, verdadeiro e concreta, se mantém por si mesmos, ou seja, figurativamente, se corretamente plantados, germinam, vingam, dão frutos e conservam-se perenes. Não necessitam de uma dialética laudativa, nem que nos utilizemos da mesma dialética no sentido pejorativo para com os outros exemplos, ensinamentos e obras.

O que não for digno, verdadeiro e sólido precisa criar uma "matrix" (egregóra ilusória) para se retro-alimentar, no entanto, no mundo real não existe a possibilidade de sustentação ad-eternum. Falácias, sofismas, corelatos e afins, parafraseando Abraham Lincoln, pode enganar alguns por todo tempo, todos por algum tempo, mas não pode enganar todos por todo o tempo.

Na minha visão particular, a Umbanda - Senhora da Luz Velada - aguarda diligentemente que, no cada vez mais desvelado movimento umbandista, essas excrescências se auto-expurgem, e que completamente livre desta borra, o cadinho (movimento umbandista), possa refletir os exemplos dignos, os ensinamentos verdadeiros e a solidez das obras, que de fato existem em suas diversas escolas, convergindo através da suas semelhanças (identidade), na pedra filosofal (síntese) que a alquimia (dialética), conseguirá burilar.

Como disse anteriormente é apenas uma ilação, mas que bom se pudessemos ser pró-ativos nesse nível.

(...)

Namastê,
Caio de Omulu

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