LAMENTÁVEL ADIAMENTO DO PLANO DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

NOTA DA CCIR

Governo adia lançamento do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Lamentável. O sentimento dos religiosos em relação ao adiamento do lançamento do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é de tristeza e incompreensão.
Em 20 de novembro de 2008, durante audiência com o presidente Luis Inácio Lula da Silva, pedida pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa - onde estiveram presentes representantes da CNBB, comunidade judaica, umbandistas, candomblecistas, evangélicos e muçulmanos - ficou acertado que o presidente receberia os religiosos em Brasília, em conjunto com os ministros da Educação, Justiça, Saúde, Comunicações e Cidades. Esta audiência de trabalho serviria para lançar as bases das reivindicações dos religiosos em relação a igualdade de tratamento entre as correntes religiosas. Mas, até hoje, aguardamos a agenda presidencial.
Com o anúncio do lançamento do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, mesmo receosos de que nossas reivindicações não estariam contempladas em todas as nossas necessidades, nos colocamos esperançosos de que um importante passo seria dado rumo à liberdade e equidade das diversas correntes religiosas. Já que o Estado é laico, nada mais comum e natural que o tratamento dispensado a todas as religiões seja igualitário.
Principalmente no que se refere às religiões de matriz africana, que historicamente se mantém à margem das atividades governamentais e sequer possuem incentivos parecidos com o de outras correntes religiosas. A regulamentação fundiária dos terreiros revelou-se um dos pontos mais nevrálgicos do Plano. Logo os terreiros, locais mantenedores e depositários da cultura e dos símbolos trazidos pelos africanos ainda na época da escravidão.
Nos causa estranheza que setores evangélicos sejam contra a implementação do Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Justamente eles que nos últimos anos receberam centenas de concessões de rádios e TVs, seus hospitais são financiados com verbas do SUS, a grande maioria de suas igrejas estão localizadas em terrenos cedidos pelo poder público, muitas de suas emissoras recebem verbas de publicidade governamental e muitas de suas produções culturais (?) são financiadas pela Lei Rouanet.
Enquanto isso, sacerdotes e adeptos da Umbanda e do Candomblé continuam sendo discriminados nas várias esferas de poder, suas tradições achincalhadas em espaços públicos e nem mesmo seus rituais fúnebres possuem locais específicos.
Continuamos aguardando pacientemente a agenda prometida pelo presidente Lula. Sabemos o prejuizo que é para a sociedade e a democracia o não atendimento das reivindicações das religiõs de matriz africana e o fortalecimento dos setores neopentecostais.


Comissão de Combate à Intolerância Religiosa
http://www.eutenhofe.org.br/

Tel: 21.22327077 / 22733974 / 92905933

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Rosiane Rodrigues

Comentários

Irmão, bela postgem a sua. Coerente e oportuna. A verdade é que a campanha de Dilma não anda tão bem....e...o Governo não quer se comprometer. Somos, nós umbandistas e candomblecistas, relegados a viver com a força que conquistamos "sozinhos" ,e, que contraditoriamente, é a força que nasce da própria rejeição que sofremos.

Anuaê!!
Cazuá Do CHA disse…
temos que estar sempre unido e não separados..

www.cazuadeumbanda.blogspot.com
Airdel disse…
A indiferença aos cultos afrobrasileiros e no caso presente a Umbanda, temos assumir as nossas parcelas de culpas, pois não a divulgamos como os demais o fazem com seus cultos e no caso presente citado, os evangelicos, que usam de todas as suas armas contra nós. Ha necessidade premente de sairmos de nossos terreiros usando os ensinamentos que recebemos tal sabiamente e mostrar aos que nãos nos conhece e aos ignorantes sem sabe-los, o que praticamos, que por mais que queiram provar o contrario todas as raizes se cruzam em um unico destino - Deus. Sejamos mais sinceros conosco mesmos e vamos divulgar a nossa querida Umbanda pois iremos agregar novos adeptos,com amor e fé nas energias de nossos Orixás, sem nos preocupar com sincretismos e outros adjetivos tanto usados e que já se tornaram até cansativos diante dos repetitivos argumentos que não mais se sustentam. Este ano temos que provar no Censo que será feito, qual é realmente a religião que praticamos, para os brasileiros saberem o quanto realmente somos dentro da população brasileira. Oxalá abençoe a todos.

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